sábado, 22 de junho de 2013

NOS ABRAÇOS DOS NOSSOS BRAÇOS


Nos abraços dos nossos braços,
Pontes de sol poente ou apenas traços,
Pinturas de luz de nossos corpos suados,
Mistificados, dependurados no orvalho da manhã.

Nossos dedos dispersos segredos,
Cantados à lua e sussurrados aos arvoredos,
Ao verde fofo e mágico de castanho-avelã;
Nossos beijos molhados, arrebitados de tesão
Com sabor sal, hortelã-pimenta;
Nossos sexos embriagados, libertos, famintos
De céu, mar, luz, luar, lavanda, pomar,
Labirintos, êxtases sem fim...



Dinah Raphaellus

terça-feira, 18 de junho de 2013

DEITADA NESTE CIPRESTE


Deitada neste cipreste que é a vida,
Durmo aconchegada pelo sol.
Sol de janelas abertas de par em par,
De persianas encobertas
E de curtinas bordadas a espuma-mar.

Durmo de olhos abertos,
Irrequietos desta fragância que se adivinha
Pendurada no anzol da maré.
Espero que o tempo adormeça
E o mundo perca a cabeça no cheiro
Encontrado da maresia.


Dinah Raphaellus

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

TERCEIRO LUGAR NO PRÉMIO DE POESIA


 O Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus de Poesia 2010 anuncia os vencedores do concurso:




Lista por Poema – Autor – Cidade


1º: Pálidos Mistérios – Grigório Rocha (Salvador-BA)


2°: Finados – André Sesti Diefenbach (Porto Alegre-RS)


3°: Ambiguidade – Dina P. Pereira da Costa (Aveiro, Portugal)


4°: Partes deste Amor – Antonio Almeida (Rio de Janeiro-RJ)


5°: Enigma – Renata Paccola (São Paulo-SP)


6°: Café – Ari Lins Pedrosa (Maceió-AL)


7°: Lama – Renata Rimet (Salvador-BA)


8°: Viagem – Yao Jingming (Macau, China)


9°: Barganha – Tatiana Alves (Rio de Janeiro-RJ)


10°: Poema Xipófago – Gêmeo – Hélio José Destro (São Paulo-SP)




Menções Honrosas:
Ramagem – Amélia Marcionila Raposo da Luz (Pirapetinga-MG)
Para escrever um poema imperfeito - André Caldas (Rio de Janeiro–RJ)
Dualismo – Augusto Cesar Ribeiro Rocha (São Luís-MA)
Vem sem música… – David Erlich (Lisboa, Portugal)
N’outra margem – Diogo Cantante (Aveiro, Portugal)
Poema Andrógino – Flávio Lanzarini (Rio de Janeiro-RJ)
Ária da chuva – Helena Barbagelata (Almada, Portugal)
Mulher poema – João Gomes de Almeida (Lisboa, Portugal)
Regressar de novo – João José Ferreira ((Inglaterra)
Distância – Marcos Antônio Maués Vitelli (Marajó-PA)

http://www.galinhapulando.com/visualizar.php?idt=2746121



Eis o poema Premiado:

AMBIGUIDADE

Desafiavas-me escondido por detrás das vírgulas
E rias, rias iludido que nas reticências frívolas
Arranjavas abrigo, um lar amigo para nossas demências
Ahahahah...como os nossos risos cresciam...
Balões de primaveras no outono de nossas vidas
Unguentos miraculosos sarando nossas feridas
Não...não falo de quimeras, mas sim das longas esperas
Com que perpetuamos os sentidos, reais e vividos
Nas rimas pintamos feras, e moldamos de barro
Muitas prosas, sonetos feitos duetos, laranjais frescos
De perfume índigo...dos sons fizemos esferas,
Bancos de jardins bebendo ópios de trigo.
Nas muralhas das odes...lindos arcos arabescos
Arquitetura debruada a linho...
Na ambiguidade da poesia...a fragrância de lilás e pinho!!!

Dinah Raphaellus (Dina P. Pereira da Costa)


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

GOTICULAS DE VELUDO



O silêncio tece gotículas
Surdas de veludo
Com que me visto nua;
Pegadas lúgubres
Que sigo pretas de xisto,
Como marchas fúnebres.
Meu corpo pesado arrasto
Comigo, não sei se existo
Ou extingo, apenas sigo
O que nem eu já sei,
Talvez a pena cinzenta
Que do nada nasceu
Em minhas mãos magoadas
–Mensagem de anjos ou demónios–
Leve, indecifrada,
Enigma perdido entre meus dedos
Como pequenos grãos
E os mortais continuam como
Se nada se passasse, cegos,
Alheios ao que deveriam ver.
Lutas de nada nunca vencem,
Perdem-se no vazio do nada
E transformadas em pó
Para sempre desfalecem.
Acordem, ouçam o nascer
Da alvorada, sintam o sorriso
Pálido da lua, guardem o beijo do mar...
Acordem! Esta vida só se despe
Quando está nua de chuva e trovoada
Por acordar ou quando, caiada de branco,
Se juntam as ondas e a areia vai beijar.



By: Dinah Raphaellus

terça-feira, 3 de agosto de 2010

PINTEI UM DIA



Pintei um dia as cinzas
Da Fénix e no fogo de suas
Barbas meu corpo deixei
Cremar só para poder
Testemunhar o milagre
Que é ver da morte
A alma acordar.


Dinah Raphaellus

OIÇO O MARULHAR


Oiço o marulhar das ondas
Do silêncio e a ausência do cheiro
Maresia invade-me as narinas do vento
Que algures, feito prisioneiro no tempo,
Demora à memória chegar.
Espero num fumo de incenso por esse
Sentimento denso qual língua de mar,
À lua pálida, mastro velas a naufragar...
Acordo... perdida em vielas,
Qual mendiga onde arrasto
Este fardo que é sonhar.

Dinah Raphaellus

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

OLHOS DE MAR...


Olhos de mar caminham
Na multidão que sou
Com balões cheios de nada
Que o vento levou.
Solitário passa o tempo,
Trova de asfalto sedento
De murmúrios a bailar
Em solários de prata, unguento
Num só vestido tormento
De abraços despidos de consolar...
Algures numa cabana
Espero eu esta luz-chama
De olhos cegos estarrecidos a ver o mar...
Tão perto o cheiro lilás do pregão mudo
A chamar baixinho o perfume...
Perfume da brisa a passar.


Dinah Raphaellus

segunda-feira, 19 de abril de 2010

JARDINS DE PÁSCOA


Jardins de Páscoa enfeitam
esta aura que insisto em
trazer comigo, venda e mordaça
com que castigo este corpo
cada vez mais antigo
florindo desmaios
em cada postigo que passa
tecendo dor em cada violeta
que nasça e só a custa espera
o momento que atrasado
tarda em mudar a hora
parada que não chega
nem abraça o estro cativo.


By Dinah Raphaellus

OLHOS MÍSTICOS

Místicos olhos percorrem
as ladeiras encrustadas
de limbos na minha alma.
São pérolas negras, veias, sedas
aveludadas de escarlate carmim.
E nos rosários de cordas formam-se
nós excêntricas obras,
talismãs de marfim, onde
as feras despidas de modas
amordaçam meu corpo,
a terra em trovas e resgatam
meu estro por fim.

By Dinah Raphaellus

BRUMAS


Brumas, brumas de claridades roxas iluminam
o palco desta minha desperdiçada vida
tão intensa de desejo de ser concretamente vivida,
tão curta de tempo e tão consumida!
Quero ser Eu! realizado ser! Em vez da sombra, ténue
silhueta, espírito astral enclausurado entre dois mundos
sem saber sequer qual deles é o real.
Quero voar, asas abertas ao vento da vida
e não abraço fetal de despedida com vontade
de ser espuma mar. Quero alto sonhar, sem sentir culpas
nem penas, sonhar por uma vez sem catapultas ou arenas
sonhar, viver antes que meus olhos se fechem e meu estro queira
desenfreado correr, correr, correr....

By Dinah Raphaellus

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

PASSAGEM

Preferia a textura doce do tempo
Ameno à amarga bebida impura
Qual veneno invernal que nos dilacera,
Mutila qual morte escondida
Na esquina da espera, que astuta
Nos assalta faminta e nos devora
Com requinte de quimera, gárgola
Ou fera que brincando domina
A passagem ou era e como uma tinta
Nos apaga e ludibria, deixamos então
De pertencer à paisagem e o luar
Já não nos espera, só a noite escura
Nosso corpo ausente venera
Nas lágrimas saudosas da chuva
Perdida no esquecimento desértico
Do tremeluzir de uma miragem
Mas, o que é esta vida senão uma passagem?


Dinah Raphaellus

GRITO

A escuridão grita rosas
Negras no silêncio ferindo
As sonoras orquídeas
Amarelo laranja
Duma claridade ausente
De chuvas rubras.


Dinah Raphaellus

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A TRAIÇÃO DE PSIQUÊ - CONVITE

Mais uma Antologia em que participo com 3 poemas, a última deste ano. São textos do amor e erotismo. Publico o convite para quem estiver perto de Gondomar, cidade que se localiza nos arredores do Porto.



O Lançamento da Colectânea A TRAIÇÃO DE PSIQUÊ terá lugar no próximo
sábado, dia 5 de Dezembro, às 16 HORAS, na Biblioteca Municipal de
Gondomar (Avenida 25 de Abril, GDM).
Decorrerá no âmbito de uma Tertúlia de Amor e do Erotismo, promovida pela
Argo, em parceria com a Lugar da Palavra.
Apareça e, como diz o cantor, traga um amigo também!

Um dos três poemas:

MEU CORPO UM LIVRO



Meu corpo um livro de poesia,
Onde tu lês os poemas
Declamados em silêncio
Por minha pele.
Teu corpo uma epopeia,
Onde minha boca se sacia
Ao resgatar estrofes,
Com sabor a mel.
E na beleza da métrica perfeita
Nossos corpos bailando
Ao som das rimas
Cristalina e poética,
Exalando odores dourados
De primaveras outonais.
Numa lírica rica e fluída.
Onde tu barco eu ondina,
Nos amamos pelos caudais dos rios...
Quiçá sonhos astrais

Dinah Raphaellus

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

MAIS DUAS ANTOLOGIAS (PANGEIA & DOIS MIL E ESPERANCA)

"Pangeia" e "Dois Mil e Esperança" serão as minhas próximas antologias.  Como a anterior  tem a chancela da Editora Abrali de Curitiba no estado brasileiro do Paraná.

Era suposto ser apresentada ao público, conjuntamente com Pangeia, no dia 21 deste mês mas até agora não sei qual a data certa. Em Pangeia, o número limite de textos por participante são tres e em Dois Mil e Esperança, dois.
Os livros da Abrali encontram-se à venda em: http://www.abrali.com/loja/  

Eis dois poemas publicados nestas antologias:

 
PARI ESTA DOR



Pari esta dor este tormento
Dor do mundo, lamento de mim.
E foi durante a gravidez
Que eu senti,
O sonho de um incenso
Um amor grande, imenso
Um pedaço de ti!
De ti sim, Angola, chaga das chagas
Para a qual não chegam só palavras
Para as feridas tratar
De ti sim, terra bonita
Sentimento que grita
Na minha alma ao exalar.
Ao exalar o teu nome
Que num vazio odre
Choras a fome dos teus filhos
E deixas escapar pardos olhos
De cegos brilhos,
Provocados pela fartura da fome.
Em suas ossadas imensas,
Casta dor condensas,
Numa novena vã de proteger tuas crias.
Pari, pari no cheiro da tua terra quente
Este sonho de ajuda ausente.
E é numa oração que peço
Deixem-nas descansar.
Pobres almas condenadas,
Grandes conquistadores de martírios.
Deixai-as descansar
Num vale de lírios a tão procurada
Paz e liberdade deixai-as abraçar!!!


Dinah Raphaellus (In Pangeia)




PENDENTES DE CRISTAL



Lavados já por lágrimas,
Foram os pendentes de cristal
Da vida. Agora, apenas o ébano reluz
Na negrura do tempo,
Cometendo suicídio astral.
E rezando verbenas, choram-se
As penas por tão grande pecado moral.
O Mundo? Esse não se importa
Desde que haja dinheiro e poder
Afinal, o que são fome e gente morta?!
Senão existem olhos em coração...
...cego, incapacitado de ver?!...




E o Sol, na casa do Oriente,
Despontará Aquário!


Dinah Raphaellus (In Dois Mil e Esperança)

 
 
No entanto,  já está a caminho a próxima Antologia, A TRAIÇÃO DE PSIQUÊ, onde participo com tres poemas. A sua apresentação ao público é dia 5 de Dezembro em Gondomar, Portugal.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

AMBIGUIDADE



Desafiavas-me escondido por detras das virgulas


E rias, rias iludido que nas reticencias frivolas


Arranjavas abrigo, um lar amigo para nossas demencias


Ahahahah...como os nossos risos cresciam...


Baloes de primaveras no outono de nossas vidas


Unguentos miraculosos sarando nossas feridas


Nao...nao falo de quimeras, mas sim das longas esperas


Com que perpetuamos os sentidos, reais e vividos


Nas rimas pintamos feras, e moldamos de barro


Muitas prosas, sonetos feitos duetos, laranjais frescos


De perfume indigo...dos sons fizemos esferas,


Bancos de jardins bebendo opios de trigo.


Nas muralhas das odes...lindos arcos arabescos


Arquitetura debruada a linho...


na ambiguidade da poesia...a fragancia de lilas e pinho!!!

Dinah Raphaellus

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

FADO

Ao longe... ouve-se um fado
Que gemendo num lamúrio
Condenado
Desce à Mouraria, atravessa Lisboa
Vestindo capa negra,
Viajando à toa
Amando a guitarra
Dedilhando a Madragoa
Segue cigano sem destino
Sempre com ar triste
No entanto ladino
A quem a todos e ninguém amava
Eis pois o retrato
Do fado errante
Que um dia me bateu à porta
Noite dentro, hora morta
Todo galante o safado
Abri-lhe a porta... entrou,
Para sempre...ficou,
O grande malvado?!!

 
Dinah Raphaellus




















domingo, 4 de outubro de 2009

MEU CORPO UM LIVRO




Meu corpo um livro de poesia,


Onde tu les os poemas


Declamados em silencio


Por minha pele.


Teu corpo uma epopoeia,


onde minha boca se sacia


ao resgatar estrofes,


com sabor a mel.


E na beleza da metrica perfeita


Nossos corpos bailando


ao som das rimas


Cristalina e poetica,


Exalando odores dourados


De primaveras outonais.


Numa lirica rica e fluida.


Onde tu barco eu ondina,


nos amamos pelos caudais dos rios...


Quiça sonhos astrais!





Dinah Raphaellus



AMOR DAS ROSAS



Imenso foi um dia o horizonte de rosas raras,

Daquelas que só dão flor nas manhãs claras de Janeiro
E que bebendo a sombra dum céu soalheiro se deitam
Entristecidas no restícios coloridos, de tons cinza-lilás.
Enquanto no forum da vida, senhores instruidos
debatem, contradizem-se e vereditam
Que nem as rosas por amor voltam atrás.


Dinah Raphaellus

domingo, 27 de setembro de 2009

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

PENDENTES DE CRISTAL





Lavados já por lágrimas,

Foram os pendentes de cristal
da vida. Agora, apenas o ébano reluz
Na negrura do tempo,
Cometendo suicidio astral.
E rezando verbenas, choram-se
As penas por tão grande pecado moral.
O mundo? Esse nao se importa
Desde que haja dinheiro e poder
Afinal o que sao fome e gente morta?!
Se nao existem olhos em coracao...
...cego, incapacitado de ver?!....






Dinah Raphaellus

sábado, 19 de setembro de 2009

ANTOLOGIA: "POEMAS VERSOS CRONICAS"







Durante a I Bienal Internacional do Livro de Curitiba (Brasil) que ocorreu no final do mês de Agosto corrente foi lançada a público a antologia “Versos Poemas Crônicas” com a chancela da Editora Abrali dessa mesma cidade brasileira. Participo nesta antologia com cinco poemas de minha autoria. Esta é a minha segunda antologia.



Nela publiquei este poema:






MENSAGEM


Sinto no ar a languidez do tempo,
Em que passas-te e eu não vi.
Sinto no ar a tua ternura,
E no entanto não a compreendi.
Vejo-te p’ra lá das nuvens,
Sem te poder alcanҫar.
Mas vejo-me por entre as algas do mar
Entre as sete cores do arco-íris,
No laranja dourado do sol,
No negérrimo da noite e da morte.
Atravesso o rio com Caronte,
Encontro-te por fim.
Oh raio de luz intensa,
Como é grande o amor por ti.
Este desejo de te encontrar viva.....
Com a tristeza de saber,
Que p’ra sempre te perdi.
Consola-me p’lo menos nos sonhos,
Beija-me como em crianҫa.
Mata-me esta sede
De contigo estar.
Dá-me alento e esperanҫa...
Oh Mãe... Amo-te tanto!
Estarás sempre, sempre comigo!!!




Dinah Raphaellus

sexta-feira, 18 de setembro de 2009


A escuridão grita rosas
Negras no silêncio, ferindo
As sonoras orquídeas
Amarelo laranja
Duma claridade ausente
De chuvas rubras.


Dinah Raphaellus

quarta-feira, 16 de setembro de 2009




De cor violeta são todos os caminhos
Que vão dar a minha alma
Envolvidos por ela estão quaisquer
Restícios de sonhos por sonhar
Assim como todos os caprichos doidos
Na rima de versos falhados em versejar
Na espera... e na luz violeta a razão
Do meu andar!


Dinah Raphaellus


Búzios de seda tecida finamente
Dedilham dedos nas cordas deste velho mundo
Talvez imundo de incoerências
Ou apenas medos, tristezas choradas
Por fada ou bruxa lerda que de tanta lágrima
Chorar lançou praga ao céu,
À noite luar, ao sol estrelas, ao mar.
E infeliz junta seu choro, sua dor

E tremor à minha sina ao meu fado
Orando então uma so’ lamúria
A um deus menor na esperança
Que nos ouça e tocado nos liberte
Da dor e do fado e que a vida nos sorria!





Dinah Raphaellus




Trago este espanto nascido em meu peito...
Trago-o todo vestido de branco
Deitado a seu jeito
Ansiando liberdade,
Odiando preconceito.
Fazendo da infelicidade
Seu par perfeito
E deste sabor a saudade
Mar filho adoptivo em meu peito!
Ah! Trago este espanto vestido de branco...




Dinah Raphaellus



No sol efémero da lua,
Caem estrofes de poemas,
Versos de chuva organza apenas
Reflexos de risos,
Arco-íris bonança da minha alma.


Dinah Raphaellus



Degustar a alma na esperança
De beber o céu.
Rasgar à noite seu véu
E dormir qual criança
Acompanhada por morfeu!


 
Dinah Raphaellus



Rosa nascida d’alma do vento
E desfeita em pólen
Se dispersa no tempo.
Livre das raízes, voa sem destino
Talvez numa pirâmide
Encontre o descanço pretendido.


 
Dinah Raphaellus



Arminhos de linho embrulham meu corpo,
Estuário vivo de um rio sagaz e solto
Onde teus lábios sedentos se refrescam de paz
E teus olhos sábios de brilhos sonolentos
Espreguiçam tua alma quais rebentos
Na Primavera fruta do meu pomar.


 Dinah Raphaellus

TRILOGIA DAS GIESTAS





Giestas são festas com as quais te quero
Lembrar que talvez o que vês hoje
Sejam só reflexos, mistérios do mar!
E o que pensas ver não vês
Imaginas na fantasia do luar!




Nós surdos nas giestas que em festas
Sussurram tempestades no mar
Logo acalmam quando adivinham
O canto do teu ventre, navio resgatado
De um porto por achar!



Ao longe, um doce trinado...
Som compassado e uma sereia a rezar
Nas festas das giestas quando a maresia
Respirava amar...


   Dinah Raphaellus