segunda-feira, 25 de maio de 2009

MAIO




Eram tempos de Maio,
cá fora já vestido.
O horizonte oscilava,
ao perfume das névoas,
(um tanto ou quanto esquecido),
que nao tardavam em chegar.
Foi entao ao som d’um sorriso gemido
Que nasceu sem alarido ou ensaio
Um poeta de grande sentido,
Que cantará a ode de Maio!!!
De verso em verso cresceu,
atravessou estrofes a correr
Nas parábolas parou e sorriu
Das gárgolas a escarnecer
Voou entao qual quimera,
Por turbilhoes de quadras,
marcou tréguas com geracoes passadas.
E Amou, ah como musas encantadas,
Kimbos de luxo construiu,
com figuras de estilo.
Porém sem nunca esquecer
De cantar sua terra mui’amada
O lugar que o viu nascer
De canzumbis e picadas,
Das lamacentas estradas.
Da savana a esconder.
Dos olhos da fera
Nascida no Namibe.
Do cheiro a peixe, da baia Azul,
D’azáfama que eram,
os mercados coloridos
Com sabor de frutas.
Do povo kuanhama, gentes do Sul
Das bungavílias, rubras acácias e grama.
Das zagaias e xifutas,
Histórias dos velhos sobas.
E negras de dengoso falar
Luanda ao por do sol num doce espreguicar
e o deserto do Namibe lindo a acordar
de cabelos emaranhados.
da welwitschia a implorar,
a mocidade perdida, saudade sentida
bandeira de grande penar.
E como por momento de sonho voltar a ser rapaz
Comecar de novo esse feito assaz de escrever
Este amor outra vez, sempre belo, sempre fado
Como é... este mes!!!

Dinah Raphaellus