terça-feira, 30 de outubro de 2007

OUTRO EU


Ah se eu fosse
mais alta que a vida
e beijasse a geito
de despedida
a boca do teu amar;
Dar me ias o mel
Da tua alma
Como quem
Pare a calma
no sorriso
De um olhar.
E na minha pequenês
Venceria por uma vez
A pena do meu penar.
De peito aberto
Receberia a morte
Do outro eu
Que não consigo
Sossegar.....


Dinah Raphaellus

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

O MAR


O Mar em seu gracioso bailar,
Conta-me os segredos,
aconchega-me os medos,
do meu fantasmar!
O Mar imponente e belo
Esconde-se nos rochedos
para que eu não o veja chorar!
Depois vem de mansinho
Tecer meu corpo de linho
Num qualquer antigo tear
Debroa-me minh’alma de ouro
Como se trata-se de um tesouro
E canta-me uma canção de embalar,
Num espaço lilás...sinto-me...
Contente... afogar!!!

Dinah Raphaellus

domingo, 7 de outubro de 2007

SONHOS








Sonhos , dunas de areia
Bocejadas pelo vento.
Sonhos, tesouros encontrados,
outros perdidos,
nos jardins do tempo.
E nas estrelícias suspensas
desses sonhos...nascem
beijos d’orvalho,
cobertos por quimeras.
Brotam lilases mantras,
Que desmaiam em palida ironia,
No ventre de outras eras,
Suspiram a salsugem do mar
Onde tu és meu barco,
Eu teu porto d’abrigo
E tudo isto e’ alegre e triste
Tudo isto e’ agridoce
No livre vogar da poesia.
E sente-se no ar o cheiro-sabor,
Do roubar de um beijo
d’agua com sabor a mar...
de Amor!


Dinah Raphaellus




SAUDADES







Tenho saudades... saudades
das recordacções que nunca tive.
Das alegrias que nunca vivi.
Saudades do cansaço que não era meu
E das lágrimas pérolas,
Que rolaram no rosto,
Não sei de quem.
Saudades de ser vento,
paz, livre tormento
Que para sempre se perdeu.
Saudades... saudades das cores serenas,
Das paixões alegrias e penas,
Que perteceram a outro alguém!
Saudades... esféras tíngidas de negros,
Negros sem vidas,
Na imaginação do Além.
Saudades... saudades dos vazíos
Sem cores, dos risos de críanças, de flores
Que nunca possuí.
Saudades... saudades dos amores,
Eternos ou de momento...
Que sempre desejei
e nunca... nunca víví!!!


Dinah Raphaellus