segunda-feira, 2 de abril de 2007











MÃOS DE POESIA






As mãos são um mistério. Abertas, em longos dedos, são mansas querendo alcançar o infinito. Fechadas são fúria, violência e protesto. As mãos são, enfim, um instrumento de comunicação afectiva: afagam, amam, desejam… Mas também matam. Elas foram construtoras do Homem, da Arte, da Ciência, da Poesia… Numa palavra, da Cultura, da Humanidade.

MÃOS

Mãos meticulosas
Mãos mal amadas
Tenebrosas, mãos suadas;
De álgidas manhãs negras
Desabrochando em rosas
Ah, se tuas mãos fossem poemas
No crepúsculo de Abril…
Não seriam mãos amaldiçoadas,
Transfiguradas, na languidez do tempo
Tuas mãos seriam Quimeras,
Seriam ventos de Suão
E perdidas no tempo
Fariam parte de um outro Verão!

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